"Ouve apenas superficialmente o que digo
e da falta de sentido nascerá um sentido
como de mim nasce inexplicavelmente vida alta e leve"
C. Lispector

domingo, 28 de agosto de 2011

O que me resta


I'm back


Sossegai! Harpa Cristã
Ó, Mestre! O mar se revolta
As ondas nos dão pavor
O céu se reveste de trevas
Não temos um Salvador!
 
Não se te dá que morramos?
 
Podes assim dormir
Se a cada momento nos vemos,
 
Sim, prestes a submergir?

Mestre, na minha tristeza
 
Estou quase a sucumbir:
 
A dor que perturba minha alma,
 
Oh! Peço-te, vem banir!
 
De ondas do mal que me encobrem,
 
Quem me fará sair?
 
Pereço, sem ti, oh, meu Mestre!
 
Vem logo, vem me acudir!

"As ondas atendem ao meu mandar
Sossegai!
 
Seja o encapelado mar
 
A ira dos homens, o gênio do mal:
 
Tais águas não podem a nau tragar,
 
Que leva o Senhor, Rei do Céu e mar,
 
Pois todos ouvem o meu mandar
Sossegai! Sossegai!
 
Convosco estou para vos salvar:
 
Sim, sossegai!"

Mestre, chegou a bonança, 
Em paz eis o céu e o mar!
 
O meu coração goza calma
 
Que não poderá findar
Fica comigo, oh, meu Mestre,
 
Dono da Terra e Céu,
 
E assim chegarei bem seguro
 
Ao porto, destino meu

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Meu forte desabou,

Meu chão sumiu
Aquilo mais amado se desfaz em lágrimas
A incerteza rodeia tragando tudo
Preciso de fé!

-.-

Porque não me satisfaço com o que sei?
O tempo não apaga as chagas corrosivas que tanto me incomodam.
Pessimismo estúpido! Não suporto mais, aliás, há muito tempo declarei essa fragilidade. Onde está essa ajuda divina que não consigo ver?Tomé me responderia? Teoricamente, é tão incrédulo quanto eu. Fé no invisível, abstrato,... existente? O que faço?
Debato sozinha por horas e desisto.
Senhor, tenha misericórdia de mim.

Leca


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nem tão disciplinada assim, to começando a olhar por outra ótica. Quando eu menos esperar, vou estar fazendo merda, mas quem sabe há males que virão para o bem. 



Acho que de tanto ignorar correntes, seja de amor, de terror, grana, enfim.O azar está funcionando. Sem namorado, sem dinheiro só falta fantasmas a 00:00.



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sina Nossa

O Teatro Mágico

Mia senhora,
És de lua e beleza
És um pranto do avesso
És um anjo in verso
Em presença e peso
Atrevo-me atravesso
Pra perto do peito teu
Teu sagrado e tua besteira
Teu cuidado e tua maneira
De descordar da dor
De descobrir abrigo
Entre tanto amor
Entretanto a dúvida
A música que casou
Um certo surto que não veio
Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz...
Com a nossa pressa!
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim...
Um tanto disperso
Às vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa é...
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa...
Minha senhora diz:
Bons ventos para nós
Para assim sempre
Soprar sobre nós...

domingo, 21 de agosto de 2011

Japiinhaa


Conhecer-te, pensar em você, dizer o que é visto: face ruborizada, sentimento casto. O momento que efemeramente se esvai leva as lembranças de tão amenas situações. Sempre surgem novos caminhos. Pondero repetidamente nos mesmos assuntos, que lhe assustam ou entediam! Ler o que se passa em seus olhos torna-se o mais divertido enigma. Chego a sentir certo alívio que vem para que haja esperança. Que seja eterna enquanto dure, que dure para sempre, que o sempre nunca acabe. Que haja fé. Atenta-se para o agir, aos adjetivos empregados, na postura tomada e... Quem se importa com os outros mesmo? Importo-me com você. Que se multiplique o afeto e companheirismo. Que Deus o abençoe.

sábado, 20 de agosto de 2011

Você me faz tão bem


Detonautas
Quando eu me perco é quando eu te encontro
Quando eu me solto, seus olhos me veem
Quando eu me iludo é quando eu te esqueço
Quando eu te tenho, eu me sinto tão bem
Você me fez sentir de novo
O que eu já não me importava mais
Você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem
Quando eu te invado de silêncio
Você conforta a minha dor com atenção
E quando eu durmo no seu colo
Você me faz sentir de novo o que eu já não sentia mais
Você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem
Não tenha medo
Não tenha medo desse amor
Não faz sentido
Não faz sentido não mudar esse amor
Você me faz, você me faz tão bem

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Por que não?

Eu posso sim, de repente, mudar o que sou sendo aquilo que fingia não ser, ou até mesmo que nunca fui. Ninguém é imutável. Transformo-me a cada momento e resolvi me preocupar, dar tudo de mim. O que estiver ao meu alcance e o que quiser disponibilizar. Se não for pra ser não será porque não tentei. Se não tentar não será e pronto. Eu tomo minhas decisões. Eu sou a protagonista da minha vida. Minha vida é repleta de oportunidades. Eu posso crer no ser humano, pois eu, sendo-o vejo uma ponta de esperança. Vendo a sabedoria alheia, observando o agir da natureza...  Buscarei a verdade e o que não faz sentido é querer saber demais.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pena

O Teatro Mágico

O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Um sorriso por ingresso
Falta assunto, falta acesso
Talento traduzido em cédula
E a cédula tronco é a cédula mãe solteira
O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Acordes em oferta, cordel em promoção
A Prosa presa em papel de bala
Música rara em liquidação
E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A Luz acesa
Lá se dorme um Sol em mim menor
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai
A porcentagem e o verso
rifa, tarifa e refrão
Talento provado em papel moeda
Poesia metamorfoseada em cifrão
O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai
Meu museu em obras, obras em leilão
Atalhos, retalhos, sobras
A matemática da arte em papel de pão
E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A luz acesa
Já se abre um sol em mim maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior

Correr atrás de vento


Já ando que nem noto. Mal percebo a pedra que pulei, o sobressalto pelo qual passei, o declive em que pisei, a placa que desviei, e o vento que tenta inutilmente me impedir...
Atravesso ruas trafegadas de desilusão e prossigo automaticamente. Dou bom dia àqueles que passam e mal os reconheço. Já passaram. Olhar pra trás é ver passado.

Pratododia


O Teatro Mágico
Como arroz e feijão
É feita de grão em grão
Nossa felicidade
Como arroz e feijão
A perfeita combinação
Soma de duas metades
Como feijão e arroz
Que só se encontram depois
De abandonar a embalagem
Mas como entender que os dois
Por serem feijão e arroz
Se encontram só de passagem?
Me jogo da panela
Pra nela eu me perder
Me sirvo a vontade, que vontade de te ver
O dia do prato chegou
É quando eu encontro você
Nem me lembro o que foi diferente!
Mas assim como veio acabou
E quando eu penso em você
Choro café e você chora leite

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Faz parte


Olhares que se cruzam, face ruborizada, sentimento casto. Melodia que emoldura o momento, que efemeramente se esvai... O vento leve leva as lembranças de tão amenas experiências. Flertes fraudados, por si mesma. Frio que consome. Cabelos que voam e dedos que escrevem vorazmente aquilo o qual a alma está farta. E se não houvesse poesia?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quero Tocar-te

Meu maior desejo é
Saber quem tu és em mim
Preciso tanto te conhecer
Diante do Trono
E responder ao teu amor
Sei que posso alcançar
Teu coração com meu louvor
Nada vai me separar 
Do teu amor que está em Jesus
Em todo tempo te adorarei
Na alegria ou na dor
Quero tocar-te
Eu sei o Senhor me abraça
Eu sei que o Sennhor me recebe
Eu vou, eu vou
Pra mais perto, pra mais junto
Assim juntinho de Ti
Eu alegro o teu coração e me preencho
Só em Ti sou completo

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Calando-me

"Muitas vezes o que se cala faz maior do que o que se diz"




Pindaro

domingo, 14 de agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

Simplesmente

Eu quero crer que há quem possa segurar uma mão, limpar uma lágrima, afagar um irmão, sanar os gritos do coração.  Eu quero crer que se possa mudar o mundo, e que todo mundo junto luta pelo todo: todos pelo um!
Bem aventurados, seguindo na contramão do hoje. Alívio que vem para que haja esperança. Eu quero crer na justiça e no amor. Que seja eterno enquanto dure, que dure para sempre, que o sempre nunca acabe. Que seja verdade que a vida vale à pena. Que se eduque por isso, que a educação seja mútuo aprendizado, que se possa crescer. Que haja fé.
Eu creio, eu creio, eu creio.
Eu preciso crer!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Filosofando na aula de Cotias ♥

Os questionamentos tornam-se o flagelo da alma.
 Sorvo cada palavra abastada do conhecimento que tanto procuro.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Personificação


Lábios receosos e ansiosos na busca de comprimirem-se para uma unificação mais que necessária.
Atenta-se para o ato de agir, aos adjetivos empregados, na postura tomada e... Quem se importa com os outros mesmo?
Enfim, o desejo supera, a vida segue e os problemas são sempre os mesmos.
Tornar-me-ei o que espero? Decepciono-me com o que vejo e sorrio por simples palavras. Doces companhias! O dia corre, a noite some e o amanhã se torna hoje quando menos se espera.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

EU

QUERO ESTUDAR ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

50 minutos é pouco pra saciar meu desejo >=/
Hoje em dia qualquer um tem uma graduação!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Corazón Partío (^) 200

Alejandro Sanz
Tiritas pa este corazón partío
Ya lo ves, que no hay dos sin tres,
Que la vida va y viene y que no se detiene...
Y, qué sé yo
Pero miénteme aunque sea dime que algo queda
Entre nosotros dos, que en tu habitación
Nunca sale el sol, no existe el tiempo ni el dolor
Llévame si quieres a perder, a ningún destino, sin ningún por qué
Ya lo sé, que corazón que no ve,
Es corazón que no siente,
El corazón que te miente amor.
Pero, sabes que en lo más profundo de mi alma,
Sigue aquel dolor por creer en ti,
¿Qué fue de la ilusión y de lo bello que es vivir?
Para qué me curaste cuando estaba herido,
Si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío?
¿Qquién me va a entregar sus emociones?
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone?
¿Quién me tapará esta noche si hace frío?
¿Quién me va a curar el corazón partío?
¿Quién llenará de primaveras este enero,
Y bajará la luna para que juguemos?
Dime, si tú te vas, dime cariño mío,
¿Qquién me va a curar el corazón partío?
Dar solamente aquello que te sobra,
Nunca fue compartir, sino dar limosna, amor
Si no lo sabes tú, te lo digo yo
Después de la tormenta siempre llega la calma,
Pero, sé que después de ti,
Después de ti no hay nada
Para qué me curaste cuando estaba herido,
Si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío?

Aprazíveis Lembranças

domingo, 7 de agosto de 2011

Pensamento andejo

Quero tanto ser diferenciada e me perco às vezes me importando com o que pensam as pessoas! Convenço-me que pouco me importa suas opiniões, contanto que eu não fira o direito alheio, e que me realize de alguma forma.
Deparo-me com as incertezas que tanto temo e conversando com quem menos esperava ouvi o que mais odeio confessar, a mais pura realidade, que eu não vivo. Simplesmente isso. Importo-me tanto que me esqueço de mim. Falo tanto e repito e repito, mas ainda há uma muralha entre o desejo e a conquista.
Passarei pelas veredas da vida? Cortarei caminho? Ando pra trás? Estou parada. Inútil comodismo!
Será que pode renascer a esperança em meu peito? Será que posso caminhar pela senda que tanto quero que seja a verdade e que o destino me impõe? Sendo ele meu eu imaterial que atua bloqueando minhas necessidades ou exacerbando meus defeitos: mecanismos imperfeitos de proteção!
Será minha consciência templo do Espírito Santo? É ele que me mostra? Ou são só meus estranhos valores? Meus questionamentos nunca são sanados e isso é o flagelo da minha alma.

Restitui


Toque no Altar

Os planos que foram embora
O sonho que se perdeu
O que era festa e agora
É luto do que já morreu
Não podes pensar que este é o teu fim
Não é o que Deus planejou
Levante-se do chão!
Erga um clamor!
Restitui!
Eu quero de volta o que é meu
Sara-me!
E põe teu azeite em minha dor
Restitui!
E leva-me às águas tranqüilas
Lava-me!
E refrigera minha alma
Restitui!...
E o tempo que roubado foi
Não poderá se comparar
A tudo aquilo que o Senhor
Tem preparado ao que clamar
Creia porque o poder de um clamor
Pode ressuscitar!...

sábado, 6 de agosto de 2011

Desengano

Engraçado como esperamos bênçãos e não buscamos agradar. Aliás, não há graça alguma em : caso seja, que me faça bem. Que não há perfeição, sei, mas será que não é possível pelo menos tentar? Será que não há como chegar perto? A insatisfação não é grande o suficiente para que se transforme? O comodismo supera tudo, acorrentado à preguiça. Revolucionária de sofá.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O sonho de uma flauta

O Teatro Mágico
Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz
Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa
Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá
A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração
A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão às vezes é doce
Às vezes né doce não
Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum.. e o mundo é perfeito
Hum.. e o mundo é perfeito
Eu não pareço meu pai
Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Sei que incerteza traz inspiração
Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso
Tem riso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia
Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais

I need faith

Cheguei ao ponto crucial que muitos humanos não viram e onde outros supuseram suas verdades que prosperam desde que se sabe do próprio homem. Será que a racionalidade é justamente o problema? O irracional modo de pensar – ou um inominável- conseguirá entender o “daondevem”, ou não, mas que haja satisfação em saber.  Seres tão pouco evoluídos como nós poderão ver de outra forma? Jamais encontraremos sentido. Algum dia será possível alcançar o bem supremo? Existirá? Será que mal existe? É isso que vemos? Ou será apenas a ausência do bem?  Será que bem existe?  O medo escondido no brilho de uma lágrima é de um alguém que desejaria se pudesse ter nascido mais ignorante do que saber pela metade. A consumação dos séculos ou a sucessiva repercussão? Seria o suplício eterno, se assim fosse. Temo que o fim sucumba em si próprio. Temo que Deus não exista. Temo que Ele exista mais não seja como me foi ensinado.  Temo que seja e oro para que possa crer.  Pois sei que mesmo que jamais entenda o porque do mundo, o homem precisa crer em alguma coisa.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Eu

estou CANSADA!


Lamentavelmente sou assim...
Preguiça que aumenta as dores no corpo, pensar que prolonga a descrença que por sua vez fecha esse ciclo vicioso e doentio. A alma transborda.

Amém - O Teatro Mágico

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário
Letras, lados, lestes
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade... ]
[ nada muda
A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade ]
[ no meu retrovisor
A menina debruçando favores toda suja
É mãe de filhos que não conhece
Vendeu-os por açúcar
Prendas de quermesse
A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele
E nesse tráfego acelero o que posso
Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor
Retrovisor é passado
É de vez em quando... do meu lado
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu
O que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A metamorfose

Ou os insetos inferiores, ou o processo - O Teatro Mágico
Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos. Alguns rastejam, outros poucos correm. A maioria prefere não se mexer. Grandes e pequenos. Redondos e triangulares, de qualquer forma são todos quadrados. Ovários, oriundos de variadas raízes radicais. Ramificações da célula rainha. Desprovidos de asas, não voam nem nadam. Possuem vida, mas não sabem. Duvidam do corpo, queimam seus filmes e suas floras. Para eles, tudo é capaz de ser impossível. Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência. Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes. Descansam sobre a carniça,repousam-se no lodo, lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são. Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los. São inóspitos, nocivos, poluentes. Abusam da própria miséria intelectual, das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia. O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite. Antes da insônia, a benção. Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa. A família. São soníferos, chagas sem curas. Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados. Arrancam as cabeças de suas fêmeas, Cortam os troncos, Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos. Esquecem-se de si. Pontuam-se. A cria que se crie, a dona que se dane. Os insetos interiores proliferam-se assim: Na morte e na merda. 
Seus sintomas? Um calor gélido e ansiado na boca do estômago. Uma sensação de: o que é mesmo que se passa? Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto. É mais fácil aturar a tristeza generalizada. Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer. Silenciam-se no holocausto da subserviência. O organismo não se anima mais. E assim, animais ou menos assim, Descompromissados com o próprio rumo. Desprovidos de caráter e coragem, Desatentos ao próprio tesouro...caem. Desacordam todos os dias, não mensuram suas perdas e imposturas. Não almejam, não alma, já não mais amor. 
Assim são os insetos interiores.

Novo e velho, brilho no escuro, verdadeiro eu.

Etapas passam. Surgem novos caminhos e sempre aparecem mudanças drásticas que ocorrem tão depressa que pouco são notadas, dependendo de quem as observa. Pondero repetidamente no mesmo assunto. Afundo-me na existência a fim de que suma esse muro de hipocrisia que tanto me impede de avançar. E quanto mais penso, mais percebo que eu esqueço do mais importante. Que eu me jogo de um precipício sem ter em que me segurar. Eu semeio ilusão, e graças a ela surgem as malditas expectativas, que me deixam possessa. O perfeccionismo transforma simples desejos. Desejos transformados prevalecem em mim. Eu , calada, ao vento, crio , leio, imagino e abraço minha vontade de ser feliz. Deposito minha vida nas mãos de Deus.