"Ouve apenas superficialmente o que digo
e da falta de sentido nascerá um sentido
como de mim nasce inexplicavelmente vida alta e leve"
C. Lispector

domingo, 23 de agosto de 2009

Liberdade



Liberdade >>
Faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação

Um assunto e uma meta sempre exigida e comentada. Será que existe? Observando um tipo de sociedade, os indivíduos normalmente não podem fazer o que bem entendem. Os que fogem dessa realidade, o fazem ocultamente. Ela não pode ser limitada à relações senhor x escravo. É algo muito além disso. Liberdade é poder fazer qualquer coisa à mando do próprio capricho.Se fossemos seres livres, não pagaríamos impostos, frequentaríamos filas, trabalharíamos, estudaríamos... afinal, poucos querem fazer tais coisas.É estranho o quanto essa palavra é valorizada. Afinal de contas, quem quer realmente ser livre? Na juventude é óbvio que muitos iriam querer, mas com liberdade não há organização, ou regulamentos. Sem regulamentos não há sociedade. Sem sociedade viveríamos sem rumo. Calma! Eu também não estou dizendo que apoio um governo opressor, autoritário . Ninguém gosta de ser obrigado a fazer coisa alguma. É só uma questão de consciência. Só quero tentar entender os anseios que eu deveria ter.

domingo, 9 de agosto de 2009

Frustração


Parece que tudo acontece simplesmente com o objetivo de ferir seus sentimentos. Um pouco de confiança custa tanto assim? Quanta hipocrisia! As vezes sinto falta dessa vida que nunca tive. Nunca gostei de fazer coisas moralmente condenáveis. Não experimentei a metade do que meus 'antepassados' fizeram. Sempre tive esse espírito velho e ajuizado demais. Não me arrependo, mas sinto que estou passando pela vida sem vive-la. Anos que não voltarão. Festas, encontros, acampamentos, e congressos que nunca mais acontecerão. Pelo menos não pra mim. Uma vida que não vai voltar. Quando tiver oportunidade de vive-la será tarde demais. Serei uma adulta frustrada. Como aquelas velhinhas rebeldes que pintam o cabelo de rosa e usam roupas da moda, só porque não puderam fazê-lo quando deveriam. As vezes dá vontade de agir como adolescentes comuns. Mas mentir para minha mãe é algo extremamente difícil para mim. Não me sentiria à vontade com isso. Mas acho que esse é o problema. Por mais que eu prove minha decência, que tenho ideais, ainda não sou digna de confiança. É aquela 'regrinha' do diga com quem andas. Se fosse por isso não teria amigo algum. Dos muitos que tenho, poucos compartilham minha ideologia. Só existe uma amiga minha que possui esse mesmo espírito antigo, e ela mora bem distante de mim. A maior parte de meus colegas são no mínimo rebeldes ou loucos. A única pessoa que conheço que mantém uma relação tão aberta com seus familiares sou eu. Todavia, ainda me parece que minha mãe pensa que não sou verdadeira em minhas atitudes. Como se esperasse que minha máscara fosse cair a qualquer momento. Além do que, se amizade é, em termos, uma troca, ela quase não existe. Não tenho direito de impor minha opinião. Quando discordamos, da coisa mais fútil que seja, ela grita e me coloca em meu lugar. Ou seja, acima de qualquer coisa ela é minha mãe, e mesmo estando certa, não tenho direito algum de controlá-la, de mostrar seu erro, de 'ficar-de-mal', ou de não deixar ela a estourar o orçamento só porque quer fazer nossa(minha e de minha irmã) vontade e nos dar uma vida melhor. Eu só penso que encobrir dívidas não faz com que elas sejam pagas. Dinheiro não se colhe no quintal. E por mais que me doa ficar sem ter algum livro, ou o que quer que seja, não vai fazer com que eu morra. Pena que minha irmã não pense assim. Seria muito mais fácil conviver com ela se fosse mais madura. Definitivamente idade não é documento. Como seria bom se ela percebesse como a vida realmente funciona. Que infelizmente não existem príncipes encantados e fadinhas prontas a nos dar o que queremos. Realmente é uma pena não ser capaz de tomar juízo por outra pessoa.

Personagens

As vezes penso que seria bom se os maias estivessem certos quanto ao fim dos seres humanos. Seria ótimo que nossa raça imunda fosse destruída. Que ódio sinto por ser como eles. Por ser tão hipócrita como são. Por que não posso deixar essa condição e me tornar algo melhor? Algo realmente puro. Qualquer coisa menos humana, menos falha. As vezes sinto inveja dos personagens dos meus livros. Eles podem ser tudo aquilo de que não somos capazes. Podem ser fisicamente mais fortes e resistentes. Podem ser mais belos e inteligentes. Podem ser mais leais, mais divinos. Um personagem que me marcou muito é justamente de um livro recente. Hassan de o Caçador de Pipas. Ele via as coisas boas dos seres humanos. Ele acreditava ser possível uma mudança. Ele era muçulmano e condenava a violência. Tinha todos os motivos do mundo para se rebelar, mas se mantinha leal e servil. Se sacrificava por amor e não olhava para trás. Não se arrependia de dar mais chances a quem não merecia. E mesmo assim, que destino infeliz teve. Hassan mal pode acompanhar o fim da história.
Outros personagens marcantes seriam Jacob Black e Edward Cullen. Nenhum dos dois são homens de verdade. Mesmo assim, melhor o Jacob, independentemente de ele ser melhor cão que lobisomem. Provavelmente minha posição se dá ao fato da minha alma ser um tanto feminista já que Edward por diversas vezes se mostra um pouco autoritário, e também porque Jacob faz o estilo irônico e irreverente. E claro o personagem que mais amei é Heathcliff de o Morro dos ventos uivantes. Não gosto muito da história mais sinto compaixão por Heathcliff, me identifico com ele. Mesmo sendo o antagonista da história. Afinal ele se trasformou apenas pelo egoísmo de Cathy. Ele é aquele personagem cativante e real. Eu o compreendo. Não que justifique suas vinganças, mas mesmo assim sinto pena dele. No fundo a real vítima foi ele. Todavia, falando em me identificar com personagens, creio que a mais parecida seria Jenny Greenley de um dos livros de Meg Cabot, claro há diferenças. Ela não tem a alma envelhecida. Os personagens da Meg nunca tem idade mental superior a 15 anos Provavelmente ela é mais tímida que eu. Bem, eu não me considero nenhuma mártir (num sentido mais laico, associado a alguém que sacrifica a suas vida por uma causa, ou no caso dela, MUITAS causas ;]), e essa é sua característica marcante. Mas alguns aspectos dessa posição podem me ser atribuídos se for levado em conta que nossa maneira de pensar é excessivamente próxima. Entretanto por ser apenas um personagem, seus erros são infinitamente mais aceitáveis. Como gostaria de ser só isso, algo inventado,um personagem. Que alguém definisse minhas vontades, escolhas, posições e meu final. Um fim bem próximo de preferência, sendo feliz ou não. Que minha vida pudesse enriquecer a história, não sendo necessariamente a protagonista, mais simplesmente realizar minha função.

Pena que nem tudo que quero posso conseguir.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Insatisfação


Por que as pessoas nunca sabem dar valor a feito algum que não seja delas próprias? Afinal, por que se importar com isso? Por que se importar com elas? Por que é certo ? O certo pode ser muito cansativo.
Tudo acaba sendo um motivo para você trabalhar mais, ou até fazer o serviço delas. É impressionante o quanto se releva coisas simples, que para você são importantes, apenas para viver bem com quem está a sua volta. Chega a ser patético quando se percebe que esse indivíduo não dá a mínima para aquelas prioridades das quais se abriu mão. Não só das prioridades, mas de você. No fundo esse ser não se importa com você, só acredita estar tendo uma relação benéfica, já que seus objetivos foram alcançados. E vem a pergunta: 'Por que eu fui tão idiota?'

O pior é que essas pessoas não percebem que na vida, não se pode trocar amigos ou parentes, como se troca de roupa. A mágoa permanece e acaba por consumir o amor que se tinha. Amor imerecido. Mas o pior mesmo, é saber que quando já for tarde demais, e a mágoa já estiver instalada, eu continuarei aqui, pronta a oferecer a outra face. Pronta a fazer tudo mais uma vez. Pronta a me magoar novamente.