"Ouve apenas superficialmente o que digo
e da falta de sentido nascerá um sentido
como de mim nasce inexplicavelmente vida alta e leve"
C. Lispector

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Andar pela casa e te ver no espelho.. Temer descobrir que meu adesivo não está mais lá. Temer ser ignorada a cada instante, temer nunca mais te ver no espelho. A vaidade abandona.. Não o costume, a rotina, a insônia. Naturalmente o pensamento angustia. Onde será que você está agora, além de aqui?
Sinto-me leve. Sinto-me suja. Amo mais. Temo mais. Medos bobos.O contínuo e eterno tormento do caminho.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Capaz de largar tudo, de fazer qualquer coisa, de me cegar... Sem nada. Deixar de escrever, de viver..
Principalmente de entender o que as palavras não dizem. Toda essa paz de espírito é só mais uma forma de me enganar, de fechar os olhos. Esconder o vazio, diminuir a presença. Fingir seguir em frente. Esperar o futuro com lágrimas no caminho. Ouvir a negação é ainda mais doloroso. Imaginando o que poderia ter sido... Mas não poderia, não foi. Não foi certo, nem justo... Miserável vontade.Conseguirei de qualquer jeito! Exagero meu.
Sinto falta do seu corpo junto ao meu. De acordar ao lado dele e sentir sua respiração no pescoço. De sentir seus carinhos e de ouvir me chamando de sua. De ver seu nariz amassado, seus olhos juntos demais, suas covinhas, sua barriga de cerveja, seus dedos sujos de silicone. De ver um torpedo dele dizendo "saldade", ou que está sendo "cinsero". De sua implicância, de nossas discussões ideológicas, do seu senso tão comum. 
Nunca mais será assim.
Não serei.
Será o fim.
Será?