"Ouve apenas superficialmente o que digo
e da falta de sentido nascerá um sentido
como de mim nasce inexplicavelmente vida alta e leve"
C. Lispector

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dreaming

Num palheiro como encontrar agulha? Como satisfazer-se com a triste ilusão? Como aceitar a solidão imposta por esse próprio amor amargo que só cresce e sufoca o ser? Como não levar a vida a sério? O amanhã não existe e o agora deteriora a perspectiva de um dia poder expressar o sublime que se sente.
Sentimento desorientador! A verdade se esconde na face medíocre da ignorância? Ou a mesma dita não pode ser crida pela falta de fé? Respostas que aparecem com ações (enganosas ou não) perderão suas máscaras com o prosseguir sem rumo do destino. Ele, que atua encarcerando as vontades pelos apelos da moral. Tudo enfim poderá continuar como deve ser: prosseguindo, findando ou criando... Tudo fazendo parte do caos que é. Códigos confusos?  Não. Só dizem o resultado de cada um desses desencontros. Cicatrizes que marcarão pra sempre a alma já tão conturbada a vida já tão confusa, o medo crescente e a descrença final. Nada poderá mudar o que já está dito. As escolhas já foram feitas. Quem não foi preciso perdeu mais uma parte de si. Como provar, como impressionar? O mutável é mudo e invisível aos olhos de quem o deseja.
Palavras voam ao vento. Leva pois essa mente que tanto deseja dormir eternamente, ter bons sonhos e sonhar que um dia a realidade virá sem expectativas e se vier serão superadas. Nem tanto é necessário. Só permita Deus o alcance do nada, do não existir, do fim do fôlego da vida, sem pensamentos, sem dor, sem "psique".

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