"Ouve apenas superficialmente o que digo
e da falta de sentido nascerá um sentido
como de mim nasce inexplicavelmente vida alta e leve"
C. Lispector

sábado, 21 de janeiro de 2012

Eu

O tempo passa, tudo muda, mas na verdade é igual. A mesma fragilidade,  mesma insegurança, as mesmas palavras. Sinto-me cheia de vazios que me pressionam e impedem que algo, por mais significativo e imaculado que seja, perdure e transpasse as barreiras que eu mesma criei. Eu, e somente eu, me destruo na ansiedade. Perco os hábitos, desisto da procura, recorro ao de sempre que é satisfatório enquanto não me questiono e tenho certeza sobre mim. Minto.Para mim. Eu não aguento e grito, choro, oro, desisto de novo, perco a cabeça... e que bom que não me precipitei. Descubro-me apaixonada e temo por talvez ver novamente meu coração se estraçalhar em suas mãos. Seguro o dele, invisível, sem peso, sem cheiro e tomo cuidado em tatear o vazio para que nada o aflija, nada o atinja, é minha responsabilidade, é meu coração.

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